A Oposição de Resistência Classista - Educação/RJ
- surgiu a partir da insatisfação de trabalhadores, ativistas
e militantes com o cenário nacional sindical, particularmente
o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação
(SEPE). A oposição surge então como uma organização de
trabalhadores por local de trabalho que se opõe não a uma
diretoria específica, mas ao modelo majoritário de sindicalismo
presente no país.
Esse modelo pode ser explicado da seguinte maneira:
o sindicato faz apenas pressões econômicas e politicamente
apóia os partidos que representam os trabalhadores
no parlamento. Na medida em que se ganha mais espaço
parlamentar, mais o sindicato se atrela a essa prática política
e passa a pressionar parlamentares, para que esses
pressionem os governos.
Esse modelo de sindicalismo transforma o sindicato
em marionete de partidos e correntes políticas. Retira
o protagonismo das lutas dos trabalhadores. Desde 2003
com a vitória de Lula (PT), a Central Única dos Trabalhadores
(CUT), que surgiu como uma central combativa, se tornou
um central governista, ou seja, defende os interesses
do governo e dos patrões. Essa situação não aconteceu de
uma hora para outras, foi apenas o inicio do fim do modelo
de sindicalismo que o Partido dos Trabalhadores desenvolveu
ao longo das três últimas décadas.
A CONLUTAS surgida de um rompimento, acertado,
com a CUT em 2003, liderado pelo PSTU não conseguiu levar
com responsabilidade o processo de organização da
classe trabalhadora, mantendo-se fiel às práticas políticas
desse modelo de sindicalismo. Ao invés de tratar com
seriedade a necessidade de uma total transformação dos
sindicatos, preferiu as alianças, inclusive com PT e PCdoB,
para manter cargos em diretorias de Sindicato. A sua liquidação
no Congresso de Santos foi o coroamento de uma
série de políticas equivocadas, na busca com uma falsa
unidade com a esquerda parlamentarista representada
pelo PSOL através da INTERSINDICAL, criada para impedir
um rompimento massivo com a CUT.
O SEPE hoje representa em seu grau mais extremo
esse modelo de sindicato. Tendo inclusive comemorado sua
perda de liberdade sindical junto ao Ministro do Trabalho,
quando ganhou a carta sindical, que marca a interferência
do Estado na organização dos trabalhadores. A Oposição
Sindical combate a estrutura sindical da ditadura vargas,
herdeira do fascismo, e luta pelo FIM DA UNICIDADE SINDICAL,
da CARTA SINDICAL e do IMPOSTO SINDICAL.
Portanto, ORC-Educação/RJ sabe que seu dasafio é
muito mais sério do que a simples conquista de uma direção
sindical. Propõe, portanto, a construção de uma nova
prática política, que livre as organizações dos trabalhadores
do atrelamento às correntes e partidos políticos e
conclama os trabalhadores da educação a tomar para si
o protagonismo político, lutar por condições de trabalho e
estudo melhores. Romper definitivamente com essa prática
de mendicância aos parlamentares, seja de que partido
for. Que os sindicatos sejam dos trabalhadores e não de
partidos e correntes políticas.